terça-feira, 24 de janeiro de 2012


"Tudo é pequeno
A fama
A lama
O lince hipnotizando a iguana
O que é grande
É a arte
Há vida em Marte."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"- O que, então, espera de mim? - acabou perguntando.
- Na verdade, ignoro. Um milagre, talvez.
- Qual?
- Não sei. Tudo que sei é que sofro, ao mesmo tempo, de falta e de um certo transbordamento. De um excessivamente cheio e um excessivamente vazio."

domingo, 8 de janeiro de 2012

"Uma obra de arte, anotou Paul Valéry, deveria nos dizer que não vimos o que estamos vendo. Vimos ou não vimos? Vimos e não vimos. Estamos vendo. A obra de arte nos retira de um tempo e nos reinstala em outro. Um tempo à parte, um lugar à parte. A arte não está em lugar algum, a não ser no próprio lugar da arte. Mas, por natureza, a arte é sempre um outro lugar: quando se põe o pé onde ela está, quando ela termina de pôr o pé onde ela mesma está, já está em outro lugar. Em lugar algum, em nenhuma parte.
Arte e utopia são conceitos imbricados. Expressões - cada uma é mais do que uma palavra - quase sinônimas. Quase porque falar de uma não é falar de outra automaticamente. A arte de algum modo sempre implica uma utopia, mas a utopia nem sempre implica a arte. O que move a arte é o princípio da utopia. O que move a utopia não é o desejo da arte. A arte é um outro lugar. A utopia quer um outro lugar. São dois lugares que não têm as mesmas coordenadas no espaço cultural. A arte se abre para a utopia, a utopia costuma fechar-se para a arte. É um jogo de atração e repulsão: se a arte realizar sua utopia, a utopia talvez não precise mais da arte. Pelo menos, é o que pensa a a utopia. Por isso, a utopia - o não-lugar - é sempre de sua própria parte, enquanto a arte não é de nenhuma parte. Nessa tensão, os sonhos de uma são povoados, às vezes assombrados, pelos traços e vultos da outra.
Com o que sonha a arte, o que quer a arte da utopia, o que a utopia quer da arte, com o que sonha a sociedade quando sonha com a arte, para onde olha a arte, o que vêem seus olhos? "O olho não pode ver-se a si mesmo (...), o olho vê-se no avesso do olho (...), silêncio: olho do furacão."

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"(...) Afinal, eu também sou o escuro da noite. Eu também sou o que sobra em casa depois que todo mundo saiu e o que sobra na cidade depois que todo mundo foi dormir. Eu também sou isso, o silêncio que existe de dentro para fora, como algo que se alastra, que transforma até o ruído externo numa coisa sem sentido. Eu também sou eu apenas, eu só. E mais nada nem ninguém, mesmo na esquina mais movimentada da maior cidade do mundo. Também sou o último passageiro do ônibus e a voz que ninguém ouviu."

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

“Society mostly categorized [graffiti] art as vandalism, so my struggle as an artist was to show its beauty to those who could not see it,” he says, noting that, historically, the feedback wasn’t entirely positive: “The more people told me it was trash, the more I wanted to do it.” José Parlá


"Shot True"