Para curar qualquer problema, era preciso parar de lutar contra mim mesma. Era preciso me aceitar, me descobrir, me pesquisar, me amar e me fazer cada dia mais feliz.
Na situação em que eu vivia, era cômodo colocar a culpa nas circunstâncias: "Estou infeliz porque não moro com quem amo" ou "Estou infeliz porque não posso fazer o que quero na hora que eu quero". Então tomei coragem e fui ver de perto. Eu me juntei com meu broto, passei dias sozinha, fiz o que queria na hora em que dava vontade. E deparei comigo mesma. Deparar consigo mesma parece uma maravilha do crescimento. Pois nascemos ouvindo milhões de regras, deveres, morais... E viciamos o olhar e o coração para fora. Mas por que não para dentro, se a único coisa que realmente temos é a nós mesmos?
Enfim, lá estava eu, com tudo o que tanto pedi e reclamei, e mesmo assim ficava triste. E fiquei impressionada ao perceber que criei outras infelicidades. Mas foi só quando parei de me questionar e de me julgar que minha vida melhorou. É preciso atender às nossas vontades só pelo fato de viver com prazer. É claro que temos que lidar com milhões de obstáculos que parecem impedir a realização de um desejo. Mas é essa a graça do jogo: um caça-ao- tesouro da felicidade. É desenvolver e exercitar de olhar em volta e aproveitar o que tiver. É limpar a vista e desobstruir os caminhos rumo à alma. É tirar a poeira das inseguranças alheias, as barreiras dos protótipos de felicidade e virar um pesquisador de si mesmo. E, quando menos esperamos, vem aquela sensação plena, o coração fica maios, e lá vem ela, tão linda: a felicidade. E ela estava bem ali, tão perto que não vimos. Ela está bem aqui, no primeiro ponto de todos: nós mesmos."
Mallu Magalhães Fofa
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