domingo, 16 de outubro de 2011

"Ele amava-a tanto, era-lhe tão fiel, tão acorrentado a seu lado, falava dela com tanto respeito, que tudo isso teria sido a glória de uma mulher vaidosa. Ainda assim, Lucrécia não odiava qualquer mulher suficientemente para desejar-lhe esta sorte de felicidade.
Se ela aspirasse o perfume de uma flor, se apanhasse um seixo qualquer, se capturasse uma borboleta para a coleção de seu filho Célio, se fizesse festas a um cão, se colhesse uma fruta, ele diria, entredentes: "Que natureza esquisita! Tudo lhe satisfaz, tudo a diverte, tudo a envenena. Encontra beleza, perfume e graça nos menores aspectos da criação. Tudo admira e tudo ama. Portanto, não ama a mim. Um abismo separa-nos."

Nenhum comentário:

Postar um comentário